29 de set. de 2021

Filmes que vivi e não foram expostos em cartaz

 Alguns sonhos são como filmes fora de contexto,

observo inerte aos detalhes, me vejo por dentro e por fora,

alguns lugares eu reconheço, sabe se lá de onde,

algumas figuras eu reconheço, já as vi contracenando antes?

sentimentos expostos, e quando acordo, não lembro mais o começo.

Cansei de te escrever em versos, isso me causa o avesso,

te vejo agora em sonhos, não lembro mais o seu nome,

não sei mais seu endereço, mas pra mim o seu rosto é o mesmo,

queria me desligar por inteiro, o tempo passa ligeiro,

até mesmo em sonhos, acordo esperando as cenas pós-créditos.

E se você pudesse ver esse filme? me pergunto se haveria mais excitação, qual seria a sua reação, em saber que atuou e atenuou seu efeito em mim, e que os amores indigestos também tem o seu fim.



2 de jan. de 2019

Cais

Há um abismo dentro de mim

Que corrói e destrói os sentimentos

Que inunda e afoga esse ser

Imundo, ignóbil e incrédulo

Há um cais dentro de mim

Que serve de porto para alguém

Que nunca chega, mas sempre espero.

16 de fev. de 2018

Detalhes poéticos sobre ela

Ela gostava de versos
Gostava do inverso
O avesso lhe cabia
Bem, o que posso dizer?
Ela deveras era a artista
Bailarina, equilibrista
Desenhista e protagonista

Ela tinha tantos dons
Brilhava feito o sol
Nos dias cinzas
Era a própria névoa
Que envaidecida
Caia sobre o meu corpo
Como o próprio orvalho

Era eu quem derretia
Feito cera nas asas de Ícaro
Quando alçava voo
Na direção do seu calor

Me esculpia em seus lençóis
Me cuspia em baixo deles
Moldava o meu corpo
Com a ponta dos seus dedos
Com o seu hálito quente me cozia
E eu depois de pronto, lhe comia.

2 de jun. de 2017

Amor e morte

A morte é o silêncio da poesia
Que cala a boca e esfria
Amar-te em tua ausência
Mata-me todos os dias

Em mais uma noite fria
Imerso em agonia
Tua imagem agora fria
Parece refletir a minha

E eu não sei em que parte
do caminho me perdi
Quando me afastei de mim
E já que tudo parece em vão
Que permaneça vazio a meu coração



Poema, colaborativo:
Fernando Said e Bruno Fialho.

Como foi algo espontâneo, dedico a todos os amigos(as) que perdi.

13 de out. de 2016

Eu sou o amor

Escrevo sobre o amor
Porque já fui amado
Escrevo sobre o amor
Porque é o oposto da dor
E também já fui odiado
Escrevo sobre o amor
Porque sou feito de amores
Que nascem e morrem
Dentro de mim
Sou feito de amores
desistentes e medrosos
Por medo de tentar, deixei-me
Por medo de falar, calei-me
Sou feito de amores
Profundos e profanos
Sou feito de amores
Cruéis e insanos
Sou feito de amor
Fui, sou e serei...
Mas nunca o mesmo.

9 de ago. de 2016

Sobre as gotas de chuva que caem em meu corpo

Pessoas entram e saem das nossas vidas como se fossem nuvens de uma chuva que refresca o corpo, o clima e a mente. Tem pessoas que vem como tempestade e bagunçam tudo, bagunça o coração, bagunça os sentimentos, bagunça nossa casa, nosso quarto, bagunça a cama e depois simplesmente vão embora, como chuva passageira... não que dure uma eternidade, mas vão embora, deixando saudade, lembranças, coração e sentimentos bagunçados, e só o que podemos fazer é pedir pra que um dia essa mesma chuva deliciosa de lavar a alma volte, trazendo paz mais uma vez a um coração uma vez bagunçado por tantos sentimentos.

7 de jun. de 2016

Contos sobre Caroline

A conheci de vestido, não lembro a cor, decorei seu sorriso tímido de final de festa, a surpresa foi um beijo embriagado, entre suspiros e falta de fôlego, me consumiu até a alma, me deixou alucinado, eufórico, desnorteado, claro, estava embriagado. Dali em diante a noite em que a conheci se repetia várias e várias vezes na minha cabeça, me tirando o sono, ecoando noite e madrugada a dentro, a sorte foi um número salvo na minha agenda, um contato salvo de Caroline na minha agenda telefônica me fez hesitar, mas não pude conter, começamos a conversar, se conhecer, parecia que em nada ia dar, mas errei mais uma vez. Meus sentido estavam todos bagunçados, eu não entendia exatamente o que era aquilo e aonde iria me levar, mas decidi me entregar, me joguei. Carol era uma menina doce que adorava o sabor do amargo, do tóxico cigarro e bebidas fortes como sua personalidade, gostávamos do perigo, de sair escondido, de experimentar o desconhecido. Mas exatamente como começou, sem explicação terminou, fiquei só na saudade.

Filmes que vivi e não foram expostos em cartaz

 Alguns sonhos são como filmes fora de contexto, observo inerte aos detalhes, me vejo por dentro e por fora, alguns lugares eu reconheço, sa...